Wednesday, January 2, 2013

MOÇAMBIQUE 2001 (II)

INTRODUÇÃO 


Vamos apresentar, sucintamente, o nascer, o desenvolvimento, as devastações e os trabalhos de recuperação da Plantação de Saua-Saua, sita no Conselho e Distrito do Mossuril, na província de Nampula, Norte de Moçambique.

Dividireei a minha exposição em quatro partes, a saber: 
I- Saua-Saua de João Ferreira dos Santos 
II- Saua-Saua nos anos da guerra civil 
III- Saua-Saua no ano 2001 
IV- Saua-Saua sujeita a recuperação


I- SAUA-SAUA DE JOÃO FERREIRA DOS SANTOS 


I.1- Fundadores 
 
Saua-Saua foi adquirida pelo Sr. João Ferreira dos Santos, natural de Bombarral, nos seus primeiros anos de Moçambique. Era ele casado com Dª Tábita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos, natural de Mogadouro, Trás-os-Montes, a qual lhe deu dois filhos gémeos (João e José Ferreira dos Santos) e uma filha,  Maria Tábita Domingues Ferreira dos Santos que nasceu em Middelburg, Concelho de Middelburg, África do Sul.
Casal Ferreira dos Santos com os dois gémeos
            Em Geba, com o Sr. Governador-geral, José Nicolau Nunes de Oliveira (1936-1938)


























































































































Comendador João Ferreira dos Santos
 Homenagem da "Flashes Brasileiros" em 1959
Legenda da FLASHES BRASILEIROS

EDIÇÃO BILÍNGUE LUSO-BRASILEIRA 
Sob a direcção de Joaquim  A. Matias - Rio de Janeiro
1959 -

Dª Tábita Clorinda, Esposa do Sr. João Ferreira dos Santos nos anos 1966


Dª Maria Tábita Domingues Ferreira dos Santos  e Raul Rebelo de Almeida, em 1932
Dª Maria Tabita Domingues Ferreira dos SaAntos e Raul Rebelo de Almeida, os dois braços direitos de João Ferreira dos Santos casados n a cidade de Moçambique no ano de 1933


Raul de Almeida com a sua filha Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida, neta de João Ferreira dos Santos, no dia do sedu 1º aniversário (19.07.1952)

Sr. Raul Rebelo de Almeida e seus filhos, Maria Tabita e Raul
   Dona Tabita Clorinda e genro Ral de Almeida
Dona Maria Tabita Domingues Ferreira dos Santos

I.2- HERDEIROS DIRECTOS
  
Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida e seu neto Tiago Blanch
 em Torre del Mar (Málaga, Espanha


Aniversário do Tiago com a mãe, Maria Tabita Fernandesl e pai, Ant. Pedro Blanch
 
Ana Samanta Ferreira dos Santos Almeida, neta de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues F.S 
e bisneta do Comendador João Ferreira dos Santos e de Tabita Clorinda Domingues Ferreira dos Santos
em Cabo Verde (Ilha do Fogo,1992)
 
 


I.3-   SAUA-SAUA  ENTRE 1950-1975 (25 DE JUNHO)

   Arco de entrada para a Zona Residencial da Família Ferreira dos Santos

                Vila Tabita engalanada
Outro trecho da Vila Tábita, rodeada de verdejante arvoredo e bem ajardinada 

Dia de festa, em Saua-Saua que parfecia, toda ela, um jardim
Abundância de caça
 
Bar
 
Saua-Sau em Festa  - 1952 - Arroz sauda-vos
Bar ao ar-livre
  
 Pontão com a gente à espera de dar as Boas-Vinadas

Visita do Sr. Governador-geral de Moçambique

II-  SAUA-SAUA NOS ANOS DA GUERRA CIVIL (1976-1992)



Um ano após a declaração da Independência (25 Junho de 1975) instaurou-se um cli,a de guerra civil em Moçambique. Entre os anos 1976-1992 guerrearam-se dois partidos durante o longo período de 16 anos, ficando conhecida sob  o nome de "guerra dos 16 anos" ou "guerra de desestabilização de Moçambique". O primeiro grupo, chamado FRELIMO (“Frente de Libertação de Moçambique”), teve por oponente o Partido da RENAMO (“Resistência Nacional Moçambicana”.
Após a independência de Moçambique, alguns militares portugueses dissidentes da FRELIMO fixaram-se na Rodésia, então governada por Ian Smith que se via em dificuldades internas e cujos resistentes se haviam instalado em Moçambique. Este aproveitou-se desses dissidentes “frelimistas” para tirar proveito a favor da sua grave situação. Por seu lado a FRELIMO apoiava também esses dissidentes.
Ora, a Plantação de Saua-Saua, além de ter sido sempre cobiçada pelos aventureiros nativos e oriundos de outras procedências, serviu a um e outro partidos de campo de manobras e de residência, deixando-a no estado em que a fomos encontrar em 2001.

III- SAUA-SAUA NO ANO 2001

III.1- O Arco de entrada da Zona Residencial


III.2- Parque Residencial
Vila Tábita 
Garagem da Vila Tábita
 Conjunto ao redor da Vila Tábita
 
Casa 1
 
Casa 2
 
 Casa 4
Casa de Recepção
 
Casa-Mãe (ou primeira casa a ser construída em Saua-Saua)
Posto médico 
 
 Uma outra casa
 Vandalismo sobre o Cofre

III.3- União Fabril 
 Instalações Sanitárias e Carpintaria
Carpintaria
 
 Fábrica de Arroz
Armazém em muito mau estado
  Fábrica do Algodão
 
 
Uma das máquinas do algodão
 
 Oficina de autimóveis
 
Rampa da oficina
Conjunto do depósito de água para as fábricas  

III.4- Manutenção geral de água
Nascence principal
 
  Bica geral
Símbolo de Saua-Saua, Fonte da Residência e Fantanário
 Reservatório elvado
 
Autóctones em busca de água

 III.5- Manutenção alimentar
Pocílga
        Depósito para a pocílga
Aviário

III.6- Vista geral da Plantação
Situação lastimosa da Plantação
Conjunto ruinoso da plantação

 III.7- Constatação


Não restam dúvidas de que a Plantação, no seu conjunto, se encontrava numa lástima! Ninguém, depois de ter conhecido ou visto nas imagens Saua-Saua de João Ferreira dos Santos, poderia acreditar no que viu  em 2001.
Ora, se a qualquer visitante causava espanto, à dona actual que a conhecera antes, não poderia causar senão um lancinante gemido de dor e um suspiro de amarga saudade! Quantos dias não passou, ali, alegre junto de seus familiares e amigos?! Ao vê-la no estado de 2001 não admira que não conseguisse disfarçar umas gélidas lágrimas de sofrimento e uns furtivos soluços de amaritude!
Mas, nem tudo estava perdido. Cheia de coragem, a Tabita repensou o que já antes decidira:  recuperá-la. Para isso, no entanto, alguns passos deveria dar, sendo o primeiro desanexá-la dos bens da Firma JFS e, depois pô-la em seu nome, como a sua mãe lhe havia prometido, visto constituir essa plantação uma doação feita, por Escritura Notarial (que eu próprio vi e conservo em meu poder) feita pelo seu fundador, Comendador João Ferreira dos Santos, já falecido.
O seu sonho, depois de restaurada, tinha uma dupla faceta:  instalar nela uma escola e um complexo turístico. 

IV- SAUA-SAUA SUJEITA A RECUPERAÇÃO 

IV.1- Grupo de reconhecimento

O primeiro grupo que se predispôs a contribuir para essa recuperação era composto pelas seguintes personalidades:
TABITA FERREIRA DOS SANTOS REBELO DE ALMEIDA, filha de Da. Maria Tabita Ferreira dos Santos, a, então, dona da  PLANTAÇÃO e professora na escola Humberto Delgado de Santo António dos Cavaleiros, concelho de Loures;

  Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebeloede Almeida
  com o Régulo e o seu Cabo que sempre acarinharam a iniciativa
 

ADELINO TORRES ANTUNES, Eng. e Professor na escola Humberto Delgado de Santo António dos Cavaleiros, Concelho de Loures;
 Adelino com o Régulo e o seus Cabo
 

MARIA DO CARMO, Engª  Química;

  Maria do Carmo no trabalho de medições
 

JOANA TORRES ANTUNES, Estudante na Escola Secundária "Pedro Alexandrino" na Póvoa de Santo Adrião, Concelho de Loures;
  Joana Antunes na praia de Saua-Saua


JOSÉ COELHO MATIAS, professor na escola Maria Veleda, em Santo António dos Cavaleiros, Concelho de Loures.
José Matias saboreando a água do coco
 

e plantador da 1ª videira em Saua-Saua
 

IV.2-Recuperação em marcha

 Dando seguimento a esta obra de recuperação, outras acções se vão sucedendo, nomeadamente:
  1. Em 2002, com a Missão Mossáfrica, que fez um levantamento fotográfico da região norte de Moçambique na qual tomaram parte activa os fotógrafos profissionais, Fernando Matos, José Monteiro Gil e Luís Azevedo e o relator Prof. José Coelho Matias;
  2. Em 2003, com o Levantamento de todos os edifícios levado a cabo pelo Eng. António Coelho Matias e Prof. José Coelho Matias;
  3. Em 2004, com a limpeza geral e seccionamento do terreno, com a plantação de coqueiros, mangueiras, cajueiros, bambus e com o melhoramento de alguns edifícios, arruamentos e nascentes e fontanários da água potável, etc., trabalhos estes que foram levados a cabo pelo Eng. Jorge Rodrigues e pelo Prof. José Coelho Matias;
  4. Nos anos seguintes com o aproveitamento e engarrafamento da água, por meio de uma Sociedade, formada por Maria Tabita Ferreira dos Santos Rebelo de Almeida, Jorge Rodrigues e Tiago Amorim, que viria a ser vendida, pouco tempo depois, ao Sr. Eng. Vieira Lino, qual se tem mostrado interessado em, aí, instalar um Complexo Turístico, em sociedade com a proprietária da Plantação, Maria Tabita Almeida.
  Todas estas intervenções serão objecto de considerações nas narrativas deste blog sob os seguintes títulos:

·         "Moçambique 1991/92 (I)";
·         "Moçambique 2002 (III)";
·         "Moçambique 2003 (IV)";
·         "Moçambique 2003 (V)";
·         "Moçambique 2003 (VI)";
·         "Moçambique 2003 (VII)";
·         " Moçambique 2003 (VIII)";


MAPA DE MOÇAMBIQUE INDEPENDENTE
 



5 Comments:

At September 9, 2013 at 3:02 PM , Blogger maria tabita almeida said...

Sou Maria Tabita, filha de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues e gostaria de saber quem é que descreve tão bem todo o passado de Saua-Saua.
mariatabita.almeida@gmail.com

 
At September 9, 2013 at 3:04 PM , Blogger maria tabita almeida said...

Gosto do que li

 
At September 9, 2013 at 3:04 PM , Blogger maria tabita almeida said...

Sou Maria Tabita, filha de Raul de Almeida e de Maria Tabita Domingues e gostaria de saber quem é que descreve tão bem todo o passado de Saua-Saua.
mariatabita.almeida@gmail.com

 
At October 9, 2014 at 8:59 AM , Blogger Miguel Martins said...

Gostei do que li, adorei ver fotos de pessoas que tanto me fizeram bem e me deram excelentes valores na vida, Obrigado Meu querido Tio Raul continuas todos os dias junto aos meus pensamentos e no meu coração.
todos os dias olho para as fotos que tenho na minha secretaria de ti.
Beijos eternos e muita saudade
Miguel Martins

 
At January 16, 2018 at 12:43 PM , Blogger Unknown said...

Gostei se saber que Saua-Saua está a ser recuperada. Conheci essa propriedade em 1974, numa visita ocasional ao local, quando prestava serviço militar no Namialo. Na altura já mostrava grandes indícios de abandono. Por ironia do destino fui convidado para trabalhar na Companhia Agrícola "João Ferreira dos Santos", tendo desempenhado as funções de Gerente das Plantações da Muchelia/Naguema e Gêba e posteriormente como Director-Adjunto de Produção, com intervenção em todas as propriedades agrícolas e fábricas(algodão, arroz e sisal) do Grupo JFS, no Norte. Nessa altura, ainda coordenei trabalhos para limpeza e recuperação de Saua-Saua, mas na altura (1977) as prioridades da Administração do Grupo eram outras e não me foram dadas condições para continuar o que havia projectado. Depois vim-me embora de Moçambique (1978), mas guardo boas recordações do local e da Empresa à qual dediquei alguns anos da minha juventude.
Victor Nunes dos Santos

 

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home